“All work and no play makes Jack a dull boy” - The Shining




‘The Shining’ é uma adaptação de um livro de Stephen King realizada por Stanley Kubrick em 1980. Tanto o livro como o filme partem da mesma premissa: a família Torrance- Jack, Wendy e o filho, Danny- tornam-se responsáveis pela manutenção de um hotel durante 5 meses, na época de tempestades de neve. Ora, com este ponto de partida, seria de esperar que o que se desenrolasse fosse o típico filme de terror americano em que é explorado o sobrenatural, mas as nossas expectativas são subvertidas no filme, em que o foco principal da história é o mundo interior de Jack (interpretado pelo brilhante Jack Nicholson) e a forma como vai perdendo o controlo da sua sanidade mental neste contexto de isolamento.
De facto, à medida que o tempo passa vemos Jack a ser constantemente assombrado pelos vícios do seu passado e pelas consequências negativas que tiveram na sua dinâmica familiar. Assim, começam a surgir nele crescentes sintomas de esquizofrenia, uma doença que é estereotipada por Hollywood como súbita violência sem motivo aparente. No entanto, a excecional performance de Nicholson permite obter um retrato mais realista de um caso extremo, com todas as suas nuances. Inicialmente, o desequilíbrio demonstra-se em pequenos momentos de desorganização de discurso, crescendo lentamente até ao ponto de alucinar e (spoiler) tornar-se violento.
Independentemente de se ser ou não apreciador deste género de filme, ‘The Shining’ é imperdível. Kubrick é, como sempre, um mestre detrás da câmara e a adaptar texto e Shelley Duvall e Jack Nicholson são extremamente realistas e cativantes no ecrã. O filme é um clássico de culto e, na minha opinião, um dos melhores alguma vez criados.



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