My mad fat diary - Uma série que explora a saúde mental com humor e honestidade
Embora não seja um sucesso de televisão, "My Mad Fat
Diary" merece toda a atenção e mais. É difícil encontrar uma série que
trate os assuntos da saúde mental sem esconder verdades, encontrando, ao mesmo
tempo, uma maneira de os abordar com humor.
Ao longo das três curtas temporadas, acompanha-se a vida de uma
jovem que sofre de depressão e compulsão alimentar e prepara-se para enfrentar
uma nova vida, com novas amizades, um novo terapeuta e a mesma mãe, após ter
alta do hospital psiquiátrico em que se encontrava.
A série representa um refúgio de conforto para muitos espectadores, permitindo uma identificação com a protagonista e aquilo por
que esta passa.
Permite também a representação de uma doença tão negligenciada
como a compulsão alimentar, da qual muitas pessoas sofrem, estando
brilhantemente representada, quer nos pensamentos que acompanhamos de Rae, como
nas suas ações mais direcionadas para a comida.
Contudo, a saúde mental não é explorada somente com a personagem
principal. Quer seja nos amigos do hospital, como nos pertencentes à nova etapa
da sua vida, em vários é possível encontrar uma complexidade derivada de
problemas do foro psicológico, como ansiedade, esquizofrenia e a incapacidade de
gostar de si mesmo.
“My Mad Fat Diary” destaca-se de outras séries para jovens pelo facto de retratar os problemas da adolescência de
forma mais realista e complexa, por exemplo, a falta de bem estar com o próprio
corpo, refletindo sobre a impossibilidade de conforto com a imagem pessoal perante
outros e si mesma, e pormenores simples como as sessões de terapia ilustradas,
cujo auxílio pode não ser simplesmente para a protagonista, mas, também, para os
espectadores, acompanhados pelos conselhos e motivações que revelam ser uma
fonte de consolação.
Concluindo, recomendo esta série pela representação fiel dos problemas da saúde mental,
mas igualmente por potencialmente revelar-se um refúgio, servindo de paradigma das dificuldades vividas pelo público e encarando as lutas
diárias e a aparente loucura como parte de nós e o que nos faz mais fortes. Nas
palavras de Rae, “You can’t spend the rest of your life being afraid of people
rejecting you. You have to start by not rejecting yourself. You don’t deserve
it.”.
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